Identidade Visual
Apresentação
A Sinagoga Ohel Jacob, fundada em Lisboa no ano de 1934, por um grupo de Judeus de Leste forçados a fugir para Portugal, ora pelos pogroms ora pelas graves crises económicas existentes nos seus países de origem, constitui-se a única sinagoga ashkenazi em Portugal. Trata-se de uma assembleia de tradição ortodoxa, que, após um período de suspensão de serviços e posterior reconstituição, acolheu os primeiros B’nei-anussim (“filhos dos forçados” ou “marranos”) que pretenderam regressar à tradição religiosa dos seus ancestrais obrigados à conversão cristã ao longo do século XVI. Desde a década de 1990 que é a sinagoga aberta aos B’nei-anussim, actualmente ligada à corrente do Judaísmo Progressista/Reformista, sob a orientação da Rabina Alona Lisitsa ao nível da preparação para Conversão.
A Associação de Juventude Israelita Hehaber, posteriormente Hehaver, responsável pela fundação e manutenção da Sinagoa Ohel Jacob, com existência desde a década de 1920, em Lisboa, na altura uma instituição de carácter sionista com actividades sociais, lúdicas e de angariação de fundos de apoio a Israel, hoje em dia com objectivo de acções de Cultura e religião Judaica, veio a ser legalmente registada e constituída por escritura pública apenas em 26 de Outubro de 1999, altura em que foi criado o seu primeiro símbolo institucional, usado em representação tanto da Associação como da Sinagoga, até aos dias de hoje.
Não é possível localizar uma data exacta para a primeira reprodução tipográfica de uma identidade visual relativamente à Sinagoga, mas no acervo da mesma encontram-se documentos carimbados da década de 1940, assumindo um símbolo e um logotipo como uma das possíveis mais antigas representações icónicas da Ohel Jacob.
Pretende esta breve apresentação salientar a antiguidade e carácter extraordinário das origens da Sinagoga Ohel Jacob (consultável em hehaver-oheljacob.org) como referência para a elaboração do presente documento. Com a nomeação da Associação J. I. Hehaver/Ohel Jacob como membro afiliado da World Union for Progressive Judaism (WUPJ), por altura da comemoração dos 90 anos da existência desta – evento decorrido em Londres, entre 14 e 17 de Abril de 2016 e promovido pela European Union for Progressive Judaism (EUPJ) -, estabeleceu-se um novo marco na longa e densa história da Instituição; construiu-se o primeiro website e procedeu-se à documentação, optimização e consolidação da sua identidade visual, tendo em conta a fusão de identidades – Associação e Sinagoga -, assinalando deferência pelo cunho gráfico e simbologia originais, quer à luz do presente contexto, quer à luz do próprio Judaísmo. Citando Marina Pignatelli, no seu trabalho Académico «Os Judeus Askenazi de Lisboa: Contactos Culturais Durante a Recongregação De Uma Comunidade»: Apesar dos desafios que ainda enfrentam, pode-se dizer que a velha “questão judaica” de busca de identidade e de raízes nunca esteve afinal (…) tão actual como hoje.