5.ª Edição da Judaica – Mostra de Cinema e Cultura
Judaica – Mostra de Cinema é uma interessante iniciativa levada a cabo por Elena Piatok, fundadora e directora executiva do Festival. Filha de pais polacos, sobreviventes da Segunda Grande Guerra, Elena deu corpo à ideia de organizar um festival de cinema judaico em Lisboa na sequência das suas inúmeras visitas a Londres, onde o UK Jewish Film Festival decorre já na sua 20.ª edição, um festival com a intenção fundamental de promover a noção de que o filme é universal; atravessa culturas e assim como divide tem a capacidade de unir, envolver e educar diversas audiências através da narração de histórias cinematográficas que fornecem estimulantes, interessantes e únicos pontos de vista sobre a vida e a cultura judaica e israelita.
Tendo conhecimento de que a iniciativa inglesa apoiava também o desenvolvimento de festivais judaicos noutros países, Elena Piatok, após conhecer a Directora do Festival inglês, em 2012, obteve boa receptividade à ideia de organizar algo semelhante em Lisboa. No entanto, como afirmou a própria Elena em entrevista (Malomil – Março/2014), com aquilo a que chamou beginner’s luck, declarou-se a primeira pessoa a ficar surpreendida pelo facto de ter criado esta Mostra, uma vez que Londres acabou por não participar e tudo se processou de forma fluída e acolhedora com o apoio do Cinema São Jorge e da EGEAC, imprimindo à iniciativa algo como “destinado” a realizar-se.
A primeira Mostra realizou-se em 2013, no Cinema São Jorge, ao longo de quatro dias consecutivos, num total de 15 filmes, entre curtas e longas-metragens. Na sua quinta edição, o evento já conta com exibições em Lisboa, Cascais, Belmonte e Castelo de Vide, de 28 de Março a 10 de Junho de 2017, num total de 10 longas-metragens, 7 documentários, 5 curtas-metragens, 8 sessões especiais, 2 concertos e 4 eventos paralelos, entre visitas guiadas, gastronomia, exposição “Caminhos da Judaica” e Feira do Livro Temática.
O Festival inicia em Lisboa, na Sala Manoel de Oliveira, com um dos filmes mais esperados do ano – “Negação” – do realizador Mick Jackson – a constituição cinematográfica de como a conceituada pesquisadora Deborah E. Lipstadt (Rachel Weisz) lutou em tribunal pela verdade histórica quando o polémico negacionista do Holocausto, David Irving (Timothy Spall), a processou por difamação ao julgar-se prejudicado pelas declarações publicadas pela pesquisadora no seu livro “Denying the Holocaust”, onde a autora explica detalhadamente como as pessoas vieram a negar o Holocausto ou a afirmar ser este um deliberado exagero por parte dos Judeus como forma de se autopromoverem.
Entre a panóplia incrível de argumentos e peripécias desenvolvidas ao longo de tantas exibições, na sua segunda edição, Elena Piatok tomou o paradoxo gerado por dois filmes específicos (“A Lua é Judia” e “O Cardeal Judeu”) como exemplo a que se refere para ilustrar a essência deste Festival: um círculo metafórico em que cabem todos os filmes (…), um ponto de partida e de chegada… (…) filmes que nos confrontam constantemente com questões de identidade: Quem somos? Conhecemos quem amamos? Quem é o outro?
Esta será, sem dúvida, uma oportunidade diferenciada para melhor conhecer a temática judaica, compreender, interiorizar e crescer.
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