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Há Mais De Um Caminho Para Ser Judeu

  |   Judaísmo

Judaísmo - O Nosso Caminho

  1. A HISTÓRIA DE MUDANÇAS

O Judaísmo sempre se adaptou para corresponder ao seu tempo. Se o não fizesse, ele não estaria vivo. Mudou nos tempos bíblicos durante o exilo na Babilônia, onde os Israelitas antigos se tornaram judeus; mudou após a destruição do segundo Templo, em Jerusalém (70 EC), e desde então as rezas substituíram os sacrifícios dos animais, assim como rabinos e professores em vez do culto no Templo; mudou durante os tempos das Cruzadas, na Alemanha e França, tendo os judeus dispersos da Europa Média criado o Judaísmo Ashkenazi com seus costumes e melodias; e mudou em Espanha e Portugal, depois da expulsão do Judaísmo Sefardita, desenvolvido de várias formas, em vários países.

  1. O JUDAÍSMO PROGRESSISTA

O Judaísmo mudou de novo depois da época do Esclarecimento na Europa. Os indícios da mudança datam do século XIX, na Alemanha, com ligeiras mudanças no Serviço, numa escola da pequena aldeia de Seesen, iniciado pelo comerciante e político Israel Jacobson, durante a era Napoleónica. Posteriormente, Jacobson e outras pessoas celebraram serviços modernos privados, em Berlim. A primeira sinagoga progressista foi o Templo de Hamburgo, fundado em 1818, com Serviços profundamente influenciados pela sinagoga portuguesa de Hamburgo. O primeiro cantor no Templo de Hamburgo foi o Português David Meldola (embora 30 anos depois os ashkenazim viessem a ter mais influência, sendo que, hoje em dia, esses primórdios sefarditas do judaísmo progressista já não são visíveis ou conhecidos.) Em 1841, foram 19 pessoas da sinagoga Hispano-Portuguesa, em Londres, que fundaram a primeira sinagoga reformista na Inglaterra, onde até hoje se nota uma liturgia progressista com grande influência sefardita.

O aspecto mais importante é o facto do Judaísmo ter abraçado a ciência moderna – como já havia acontecido na Idade Média, em Espanha, e isso constituiu um modelo para reformadores! Textos sagrados estão agora contemplados como desenvolvimento da História. Tornou-se possível estudar a história literal da Bíblia, da liturgia e da tradição judaicas, e assim se designou o judaísmo “progressista”, por se referir à tradição judaica como um constante progresso, um desenvolvimento. Além disso, o papel do indivíduo passou a ser considerado importante e influente. É preciso estudar bem a tradição, mas sem deixar de o fazer em diálogo com as ciências modernas e as considerações éticas do indivíduo.

  1. WUPJ e EUPJ

O judaísmo progressista espalhou-se rapidamente ao longo do século XIX, atingindo vários outros países, como a Inglaterra, os EUA, Canadá, Romênia, Suécia, entre outros. Em 1926, uma organização internacional de comunidades semelhantes em vários países foi criada, o World Union for Progressive Judaism (WUPJ), e todas essas comunidades envolvidas se encontraram, pela primeira vez, numa Conferência International dois anos mais tarde, em Londres.

O Judaísmo Progressista também é conhecido como Judaísmo Reformista ou Judaísmo Liberal. Em Israel, é conhecido como Iahadut Mitkademet.

Hoje em dia, a WUPJ tem sede em Jerusalém e constitui o maior corpo de judeus religiosos no mundo. Ela representa mais de 1,8 milhões de membros, em 50 países e 6 continentes.

Actualmente, possui ainda várias sub-organizações para permitir a comunicação entre as comunidades similares numa determinada região, como por exemplo o World Union Latino América, o European Union for Progressive Judaism, o South African Union for Progressive Judaism (SAUPJ), o Union for Reform Judaism (para EUA e Canadá) ou a “Association of Progressive Jewish Congregations in Russia”.

  1. VALORES

O movimento permanece fiel aos seus princípios originais de praticar o judaísmo em constante progresso e orientado para a justiça social. Aceita judeus dos todas as orientações sexuais e, por quase 100 anos (desde 1912), tem aceitado a igualdade de mulheres no serviço religioso e na educação.

O judaísmo progressista acredita em

  • Inovação honrando a tradição
  • Diversidade preservando a comunidade
  • Questionamentos baseados nos textos sagrados e
  • Relevância judaica dentro da vida moderna.

[ler maisFundamentos do Judaísmo Progressista]

Texto e adaptação

Dr.ª Annette M. Boeckler

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Bibliografia

LEMLE, Rabino Dr. Heinrich – “Nosso Caminho” – 1953

www.wupj-latinamerica.org

04 1 - Há Mais De Um Caminho Para Ser Judeu
Primeiro Templo de Hamburgo, 1818 (exterior).
01 - Há Mais De Um Caminho Para Ser Judeu
Primeiro Templo de Hamburgo, 1818 (interior).
wupjeupj - Há Mais De Um Caminho Para Ser Judeu
annette 1 - Há Mais De Um Caminho Para Ser Judeu
Dr.ª Annette Mirjam Böckler é professora de Liturgia Judaica e Bíblica na Universidade Leo Baeck, em Londres, onde é também Bibliotecária. Escritora e tradutora em matérias Judaicas (sendo a tradutora do Seder haTefillot - o primeiro livro de Orações liberal após o Shoah na Alemanha), tem desenvolvido a tradução da edição alemã dos comentários da Torah de W. Gunther Plaut.