Hehaver é Entidade Religiosa
A História da nossa Comunidade remonta à primeira metade do séc. XX, quando foi criada. A Hehaver surgiu no preciso momento em que a Europa se deparava com uma cruel vaga de intolerância, impulsionada pelo extremismo e pela alucinação coletiva. A jovem Associação e a Sinagoga Ohel Jacob significaram, na altura, para os seus fundadores e para as suas famílias, o possível refúgio religioso, num país que sofria as suas próprias dores, mas que permitia uma discreta vivência por parte das minorias religiosas.
O tempo ditou que, algumas décadas depois, a esse grupo inicial, e a seus descendentes, se associassem os descendentes das perseguições religiosas em Portugal, os criptojudeus, os b’nei anussim. Gradualmente, esses herdeiros do Judaísmo Ibérico afastavam-se do silêncio e, abertamente, manifestavam a sua essência.
Depois, chegaram, do mundo inteiro, acolhidos, novamente, na ancestral Sefarad, os filhos dos que haviam partido. Daqueles que abdicaram do seu país, para escapar à opressão do escrutínio Inquisitorial. A Associação e a Sinagoga Ohel Jacob acolheu-os e integrou-os. E, na sua diversidade, a Comunidade cresceu, tornando-se ímpar.
Então, de forma natural, quase inevitável, vimo-nos a reclamar o nosso devido espaço, naquele que é o universo religioso do nosso país. E, cerca de um ano após termos dado início ao processo, para nos tornarmos Entidade Religiosa, fomos aceites. Em finais de 2020 fomos declarados Entidade Religiosa de pleno direito, nos termos estabelecidos pela Lei da Liberdade Religiosa. Somos a primeira Comunidade Judaica Progressista legalmente reconhecida em Portugal!
Grande é a nossa satisfação, enquanto Comunidade! Mas grande, também, é a nossa responsabilidade, de agora em diante, no território que ocupamos da pluralidade e da integração, do Judaísmo Progressista. É imperativo prosseguirmos, desenvolvermos esta que é a nossa Comunidade, por cada um de nós e por todos nós, individualmente e em conjunto. Se não agora, quando?